Diariamente, o IPCA aparece nas notícias, mostrando como a inflação tem dificultado cada vez mais as nossas vidas. Nos dias de hoje, a gasolina está mais cara, os valores dos alimentos não param de subir e o nosso poder de compra está cada vez menor. Mas, afinal, o que é IPCA? Por que ele não para de subir? Como ele funciona e como afeta diretamente o nosso bolso?
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O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) é o índice oficial da inflação no país. Ele indica a variação dos preços de um conjunto de produtos e de serviços – como vestuário, habitação, transportes, comunicação, alimentos e bebidas.
Conseguimos observar, então, que o IPCA nada mais é do que a inflação, ou seja, o aumento dos preços de bens e serviços. Essa inflação, por sua vez, afeta diretamente o poder de compra da população, desvalorizando o nosso dinheiro.
O IPCA é calculado mensalmente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), através de um levantamento feito nas principais metrópoles de todas as regiões do Brasil, portanto, é comum que os valores sofram alteração conforme a demanda de mercado para o consumidor final.
Vamos ao exemplo: se o IPCA foi de 5% ao ano, isso significa que o produto ou o serviço que era comercializado a R$100,00 no início do ano, no final desse mesmo ano, vai custar R$105,00.
Além de impactar diretamente o seu bolso, através dos itens básicos do dia a dia, o IPCA também afeta alguns investimentos e até mesmo o preço dos imóveis.
A diferença entre INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e IPCA já está no termo amplo. Porém, apesar de parecer um pequeno detalhe, essa distinção faz toda a diferença.
Isso porque o IPCA indica a variação de custo de vida médio de famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos, representando uma grande parte da população brasileira. O INPC, por sua vez, indica a variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal de 1 a 5 salários mínimos – essas são as pessoas mais afetadas pela inflação.
Existem muitos outros índices de inflação na economia brasileira, mas cada um deles tem sua finalidade.
As metas de inflação são estratégias através das quais o Estado se compromete a fazer o possível para manter a inflação na economia nacional próxima de um número definido. Nesse contexto, são estabelecidas variáveis aceitáveis para mais e para menos.
Por exemplo: em 2022, a meta central de inflação é de 3,5% e será oficialmente atingida se o índice oscilar entre 2% e 5%. Sendo assim, o Banco Central informou que a inflação só deve retornar para a meta em 2023, quando o seu teto for fixado em 3,25% – se esse número oscilar entre 1,75% e 4,75%, o teto será considerado atingido. Pensando na meta de inflação, o Banco Central altera a taxa Selic.
Essas decisões ocorrem a cada 45 dias nas reuniões do COPOM (Comitê de Política Monetária), que é um órgão formado pelo presidente do Banco Central e por seus diretores.
Na economia, os movimentos são cíclicos, isto é, uma ação leva a outra. Por isso, nem sempre é possível encontrar apenas uma causa para as variações inflacionárias.
A inflação pode ser de curto ou longo prazo. Abaixo, veja causas geralmente associadas à inflação:
Curto prazo:
Longo prazo:
Com a inflação, o nosso dinheiro perde valor, porque ele não acompanha o crescimento constante dos preços. Nesse contexto, o valor de tudo aumenta, mas o nosso salário não, diminuindo o nosso poder de compra.
Inclusive, as metas de inflação foram criadas com o intuito de impedir que a hiperinflação (uma inflação altíssima que gera descontrole dos preços) aconteça novamente no Brasil.
A Selic é a taxa que o governo paga quando pega dinheiro emprestado. Ela também é conhecida como taxa básica de juros da economia, justamente porque serve como a base para os juros de toda a economia do país.
Essa taxa influencia as finanças da nossa família porque impacta os juros pagos quando realizamos um financiamento ou um empréstimo, além de mexer com o rendimento de quem tem dinheiro investido – seja na poupança, em títulos públicos ou em outras aplicações.
Na prática, quando a taxa Selic aumenta, nós, consumidores – principalmente os que têm renda menor –, paramos de gastar muito, porque o nosso poder de compra diminui. Muitas vezes, há dificuldade de comprar até itens básicos.
Porém, a longo prazo, a taxa controla a inflação, pois gera menos demanda. Como consequência disso, a oferta fica mais barata.
No fim das contas, só queremos que a economia se estabilize o mais rápido possível, para o bem de todos nós!