O PIB é uma sigla para Produto Interno Bruto que é a soma de todos os bens e serviços finais que são produzidos na economia de um país, estado ou cidade, e geralmente é levado em consideração o cálculo do ano. Os bens podem ser carro, arroz, camiseta, todos e os serviços podem ser de energia, salão de beleza, aplicativo de carro, todos os tipos de serviços. Os países calculam o PIB referente a moeda de seu país.
São contados bens e serviços finais para não cair no erro de contar duas vezes o mesmo produto ou serviço, por exemplo, vamos utilizar uma camisa como exemplo. Para produzir uma camisa vamos dizer que precisa do tecido que custa R$15, a tinta que custa R$10, a linha que custa R$5, a agulha que custa R$2 e a camisa que custa R$32. No PIB, entra no cálculo o valor final da camisa, que no caso seria R$32 mais o valor do imposto, e já está incluso o valor dos outros produtos que foram utilizados para produzir a camisa. Para não cair no erro da dupla contagem, o valor dos bens e serviços que vão para a contagem são os que são vendidos diretamente para o consumidor, levando em consideração os impostos.
O PIB é um indicador muito importante na economia, e alguns economistas consideram ele como o principal indicador de crescimento da economia de um país, e ele chegou ao Brasil em 1948 por intermédio do Fundo Monetário Internacional, e foi deixado sob responsabilidade do IBGE, e segue até hoje sendo de responsabilidade da mesma instituição.
A fórmula principal de cálculo do PIB é: PIB = C + I + G + (X – M), onde C de consumo privado; I de investimento total da região ou do país; G de gastos do governo; X de exportação e M de importação. Percebe que não são apenas os produtos que entram no cálculo, tem outras variáveis que também entram e são de extrema importância, alguns dos dados são produzidos pelo próprio IBGE e outros são de fontes externas, você pode encontrar entrando no site da instituição.
A análise do PIB serve para algumas coisas como comparar o desempenho de um país com o outro, ou de uma região com outra; também observar a evolução na produção do país de um período para outro, através do PIB per capita (que é um cálculo que divide o PIB por habitantes), é possível medir o quanto de PIB daria por indivíduo.
Porém, ele é apenas um indicador econômico, que pode sinalizar muitos pontos na economia, inclusive crescimento, mas não é o único, e nem podemos dizer que somente com o seu crescimento pode gerar desenvolvimento econômico no país, porque o aumento de produção, tanto industrial, como agropecuário ou de serviços, assim como o aumento de consumo das famílias e os gastos públicos, não nos garante que ocorreu um aumento no bem estar social da população, e com isso, gerou o desenvolvimento na economia, precisa analisar outros fatores.
Podemos dizer que o PIB é sim um indicador de crescimento de produção no país, e também um indicador de crescimento econômico, mas não devemos dizer que esse crescimento gerou desenvolvimento, e diferenciar crescimento de desenvolvimento é um debate grande no meio acadêmico entre os economistas. Um ponto em que todos concordam é que ambos estão interligados, porém, existem muitos outros pontos de discordância.
Para Nali de Jesus de Souza, autor do livro Desenvolvimento Econômico, existem duas linhas de pensamentos, a primeira diz que crescimento e desenvolvimento são a mesma coisa, já a segunda acredita que para alcançar o desenvolvimento é preciso crescimento, porém não é somente com o crescimento econômico que um país consegue alcançar o desenvolvimento econômico.
O primeiro pensamento entende que o crescimento do PIB, o crescimento da industrialização, de produção no país, é o único indicador de crescimento econômico e também de desenvolvimento, um olhar somente para o lado teórico, do crescimento apenas dos números, mas esquece de olhar o lado principal que é o humano, o social, é apenas um crescimento quantitativo e não qualitativo na estrutura social. Se o crescimento não está gerando aumento do bem estar social e diminuição da concentração de renda e desigualdades raciais, econômicas e regionais, não é um desenvolvimento/crescimento sólido. O primeiro pensamento defendem e acreditam que fazendo os números crescerem vai fazer a economia crescer, e depois dela crescer todos se beneficiarão, há uns anos atrás e até hoje em dia mesmo, ainda ouvimos a falácia de que precisa esperar o bolo crescer para depois dividir, mas sabemos que esse bolo cresce e nunca é dividido em partes iguais.
Por isso, o segundo pensamento vem questionando essa ideia de crescimento, eles acreditam sim que precisa ocorrer um crescimento quantitativo, que é bom para todos o crescimento do PIB, da produção, mas que somente isso não leva ao desenvolvimento econômico, por isso, o crescimento é um processo para o desenvolvimento. Melhorar o bem estar da população, com a diminuição das desigualdades, o aumento real na renda, para fazer toda a população sentir de forma igual o desenvolvimento, assim também como se atentar ao crescimento desenfreado que gera desgaste ambiental, e mais uma vez, foca no crescimento de número e não do bem estar social, porque atingindo a natureza, atinge a vida humana.
Com isso, notamos que acompanhar o PIB é bom, nos informa que a economia está produzindo, que as indústrias estão produzindo, que os serviços estão crescendo, que está tendo movimento na economia, nos dá um sinal, uma pequena análise da economia, porém não quer dizer que ocorreu um desenvolvimento naquele país ou região, porque para chegar a essa conclusão é necessário analisar outros fatores como o bem estar social de toda população.
Fontes: Repositorio UFSC
Indicação de artigo: Um discurso sobre o conceito de desenvolvimento de Gilson Batista de Oliveira.