De acordo com definição da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), A educação financeira pode ser definida como o processo pelo qual consumidores e investidores aprimoram sua compreensão sobre produtos, conceitos e riscos financeiros e, por meio de informação, instrução e/ou aconselhamento objetivo, desenvolvem as habilidades e a confiança para se tornarem mais conscientes de riscos e oportunidades financeiras, a fazer escolhas informadas, a saber onde buscar ajuda, e a tomar outras medidas efetivas para melhorar seu bem-estar financeiro.
O sistema financeiro vem passando por um momento de grande transformação. Basta olhar ao seu redor e ver novas tecnologias como Pix, pagamentos por aproximação, criptomoedas, Open Finance, e por aí vai. As fintechs, expressão criada unindo as palavras finanças e tecnologia, representam soluções que desenvolvem produtos financeiros totalmente digitais, nas quais o uso da tecnologia é o principal diferencial em relação às empresas tradicionais do setor. E com tudo isso, quem ganha é o usuário.
O primeiro grande benefício é a inclusão financeira. Vimos que tradicionalmente o Brasil conta com um elevado número de indivíduos desbancarizados. E, em muitos casos, estes não possuem acessos aos principais serviços bancários por limitações do próprio espaço físico, como comunidades isoladas e periféricas. Com as fintechs, o acesso passa a ser realizado pela internet, possibilitando, portanto, o ingresso de muita gente que não tinha nenhuma agência bancária por perto.
O Banco Maré é um caso de fintech que representa muito bem este cenário. Tudo começou em 2010, quando um empreendedor visitou a comunidade da Maré, um complexo de 16 favelas no Rio de Janeiro, onde vivem cerca de 200 mil pessoas. Alexander Albuqerque, o empreendedor, ouviu de um dos moradores locais que ali não existia nenhuma agência bancária ou lotérica onde as pessoas pudessem pagar suas contas. Desta forma, os moradores precisavam ir até bairros vizinhos, muitas vezes com dinheiro vivo, aumentando os riscos. Além da conta digital, o Banco Maré trouxe também a Palafita, uma moeda virtual social local.
Ainda no aspecto da educação financeira, é de extrema importância que um indivíduo consiga ter um controle financeiro, planejando e conferindo todas as suas entradas e saídas financeiras. Muita gente começou a usar tais controles a partir de fintechs que criaram plataformas práticas e intuitivas.
No ponto de vista de dívidas, que afetam milhões de brasileiros, várias plataformas foram criadas para auxiliar que os usuários negociem suas pendências com diferentes empresas.
No meio dos empréstimos e financiamentos, pela inércia, muita gente está acostumada a fazer empréstimos apenas nas instituições na qual tem conta. Porém, para facilitar o processo de comparação e simulação, foram criados diversos marketplaces de créditos, no qual, com um único cadastro, o usuário informa o valor e a modalidade que está precisando e a plataforma faz uma pesquisa com diversas instituições para conferir as condições. Isso sem falar de novas modalidades de empréstimo, como o caso das Sociedades de Empréstimo entre Pessoas (SEP).
Ou seja, mais uma vez a tecnologia se tornou uma grande aliada do ser humano para a nossa evolução. Desta vez, para a evolução da nossa educação financeira.