A taxa Selic é muito importante e pode afetar diretamente os juros que pagamos em empréstimos, financiamentos e também os rendimentos de nossos investimentos. Isso significa que ela tem um impacto significativo em nossas vidas como consumidores, principalmente quando estamos pensando em investir, pedir um empréstimo ou financiar um imóvel.
É crucial entender como a taxa Selic funciona para tomar melhores decisões financeiras. Por isso, neste artigo, você vai aprender de forma clara e simples como podemos utilizá-la a nosso favor. Continue lendo e descubra como aproveitá-la da melhor forma possível.
A taxa Selic é a taxa básica de juros, e como já expliquei nesse artigo aqui, ela afeta toda a economia, pois as outras taxas de juros, como a dos empréstimos, do rotativo, se baseiam nela para aumentar ou diminuir. Ou seja, quando ela sobe, todas as outras taxas tendem a subir junto, e quando ele desce acontece o mesmo movimento.
Esse efeito causa pontos positivos e negativos na nossa vida como cidadãos, no artigo citado acima expliquei os pontos negativos que causam o aumento da Selic, que atualmente está em 13,75% ao ano, como no caso do crédito ficar mais caro no mercado. Porém, hoje resolvi trazer alguns pontos positivos, como poder aproveitar essa taxa alta para nosso benefício.
O Copom - Comitê de Política Monetária, que é um órgão do Banco Central, se reúne a cada 45 dias com seu presidente e diretores para decidir se aumenta, mantém ou diminui a Selic. Essa decisão é baseada na análise que eles fazem do mercado sobre a inflação.
Funciona assim: se o comitê acredita que a inflação está prestes a aumentar, eles aumentam a Selic e se eles acham que vai se manter assim, eles mantém ela alta, como estamos vivendo neste momento. No inverso acontece assim, se for analisado que ela vai cair e observam que isso vai se manter, eles diminuem a Selic.
Resumindo, as decisões sobre a taxa Selic são tomadas com base nas projeções do Copom em relação à inflação. Aumentos ou reduções na taxa são adotados como medidas para controlar e equilibrar a economia.
Esse movimento é chamado de política monetária, e cabe ao BC essa decisão e comunicar de forma clara para a população, além de divulgarem uma ata explicando o motivo daquela decisão ter sido tomada, e também de publicarem a cada trimestre um relatório sobre a inflação.
O Banco Central segue a meta da inflação, que é definida pelo Conselho Monetário Nacional - CMN, e ela se refere à inflação acumulada no ano e quem calcula o IPCA - Índice de Preços ao Consumidor Amplo, que é o índice oficial da inflação no país, é o IBGE. A meta é decidida em junho para a inflação de três anos-calendários para frente, por exemplo: em junho deste ano, a meta foi decidida para 2026.
Nessa meta existe o teto e o piso, chamados de intervalos de banda, e podem variar 1,5% para cima e para baixo, por exemplo, esse ano a meta de inflação está em 3,25%, podendo variar para cima ficando em 4,75%, o teto, e para baixo ficando em 1,75% o piso. Até o final do ano, o BC tem o dever de colocar a inflação nesse intervalo, e isso é importante porque dá credibilidade no mercado nacional e internacional, pois mostra que o mercado está bem, definindo suas metas e cumprindo.
A próxima reunião será nos dias 20 e 21 de junho, e eles sempre começam a reunião num dia, e divulgam o resultado no dia seguinte. A expectativa do mercado é que a Selic caia, pois com a inflação mostrando que recuou, é possível que a taxa também possa cair. Mas ainda é incerto, pois o presidente do BC, Roberto Campos, disse em algumas entrevistas que ainda é preciso ter uma certa paciência quanto à Selic, já que ainda não está definido se ela vai cair na próxima reunião. O fato é que como todos da mesa tem direito ao voto, só saberemos se ela vai manter ou cair no dia 21 de junho e para nós investidores, ler e entender o cenário de inflação é um bom termômetro para ter uma ideia se ela vai cair ou manter.
Enquanto ela está alta, podemos tirar alguns bons resultados com ela, mas pegar crédito não é uma delas, pois o juro alto aumenta o valor do crédito no mercado, isso quer dizer que os financiamentos, empréstimos, cartão de crédito, está mais caro de pegar/pagar.
Porém, se você é uma pessoa que tem um dinheiro guardado, ou decidiu de uma vez por todas começar a montar sua reserva de emergência, essa é uma excelente hora para fazer o juro se tornar seu amigo ao invés de inimigo.
Hoje a taxa Selic está em 13,75%, confira sempre no site do Banco Central, esse percentual é considerado bem alto, principalmente quem tem investimentos em renda fixa, e mais ainda os atrelados à Selic, como é o caso do Tesouro Selic. Mas não é somente ele, lembra que ela é a taxa básica de juros, ou seja, todas as outras a acompanham, a taxa DI ou CDI, que remunera o CDB acompanha a taxa Selic, ou seja, quando ela está alta, o CDB é bem remunerado também.
No geral, os títulos de renda fixa são as melhores opções para esse momento de alta da Selic, mas eles também sofrem flutuações, mesmo a Selic apresentando uma constante alta, e se mantendo assim há uns bons meses, o novo cenário que vivemos não sabemos e não conseguimos programar se esse aumento se manterá por muito tempo.
Então optar por títulos com um prazo de vencimento menor seria mais interessante, para diminuir uma possível volatilidade do juro. Entretanto, mesmo esperando essa mudança, ainda está alto o juro e segue sendo uma ótima opção a renda fixa, principalmente para reserva de emergência, lembrando que para a reserva é necessário que o investimento tenha baixo risco e liquidez diária.
Encerro lembrando que todo investimento tem risco, os da renda fixa não são diferentes, mas aproveitar essa alta da Selic para começar a reserva, ou diversificar sua carteira de investimento é uma ótima opção para transformar o juro em seu aliado.
Se você não sabe como montar a sua reserva de emergência, esse artigo vai te ajudar: Monte sua reserva de emergência com pouco dinheiro - Nath Finanças